Thursday, March 18, 2010

Não é que eu tenha me afastado ou ido embora daqui. Fui me deixando largar na
inercia textual. Estava eu amuado e absorto com meus botões enferrujados que não
funcionavam 'a merce da vida que eu levava. Ou o jeito que eu levava a vida. Não tinha mais tempo para nada, apesar de ter todo o tempo do mundo ao meu dispor. Não tinha mais aquela alegria de sentar-me 'a frente de um teclado e tamborilar palavras soltas e distraidas de propositos. A não ser o vicio de ler nos jornais brasileiros, catastrofes mundiais, guerras estupidas e gente do mais baixo nivel aparecendo em videos de embrulhar estomagos de porcos corruptos. Eu não fazia mais nada. Porem entretanto e todavia eu estava aqui e num re lampejo dispus-me a despojar todas as amarguras, sem açucar ou adoçante. Todas elas...todinhas.
Pensei, repensei e tripensei a minha estadia neste pardieiro. O quanto havia pago nas diarias deste hotel fedorento e de terceira que é a vida sem propositos. Uma diaria cara pela promoções de alegria, felicidade, conforto e vida boa que me ofereceram, quando nasci, e me prometeram maravilhas, deste grande hotel chamado Terra. Estamos nela hospedados e dependendo do dinheiro que possuimos poderemos ter vinte estrelas. Como nos hoteis dos politicos e politiqueiros do mundo ou ter menos vinte pedrinhas como os hoteis da população do Haiti, do Darfur e outros tantos. Começei por conseguinte a observar meu batimento cardiovascularcentrifugo.
Primeira coisa que fiz foi calcular quantos dias eu ja havia vivido. Desde meu nascimento até hoje, contando com domingos e feriados. Na vida toda e no que eu havia feito dela ou parte dela, nos propositos proporcionais que os psiu-cologos chamam de letargia suplementar. Ta bom! vamos ao que interessa: (Dois pontos significam uma pausa que procura desmonstrar coisas. ) Caramba depois de tantos anos hospedado no hotel America eu não fiquei americanizado como disseram da Carmen e nem deixei de ser o que eu era quando resolvi trazer malas e bagagens para ca, fugido e com medo da violencia gratuita. Lá do hotel Rio de
Janeiro. Quando todas aquelas lembranças redemoinharam em minha cabeça eu me
perguntei: (dois pontos de novo) Porque não colocar essas estorias de cinema num livro, numa peça de teatro ou simplesmente sair por ai a bloguear. Afinal a "externet" veio para as pessoas que falam pelos cotovelos se externarem em seus diarios, semanarios e mensarios. Milhares de
pessoas alcoviteiras, mexeriqueiras e alvissareiras, avidas por fofoca. Ler, gostar e então sherar (do verbo share ) com outras. E meu pobre texticulo (texto pequeno) tornar-se-ia um besta-seller. Afinal tem tanta gente falando besteira e sendo seguido. Como uma seita 'a Berta. Mas eu não...não me contentava, eu queria mais...mais.. Comecei então a rever e remexer em algumas das minhas peças teatrais, escritas e esquecidas numa gaveta, também alguns textos carcomidos pela corrosão extra- ordinária dos que desistiram de se manifestar. Então um dia resolvi me revoltar contra o marasmo da minha inercia americana.
Americana porque moro aqui, eu vivo aqui mas, continuo a pensar em brasilez. É a minha lingua mater. Sem ser linguarudo nem lingua grande Eu sou um Jorge brasileiro com orgulho acima do incomun sem acreditar em falsa modestia. E disposto a esquecer o ostra-sismos em que vivia. Essa estoria vai render mil artigos e replicas mas estou decidido como um bom Don QuiJorge Sem la Mancha vou lutar cotra meus moinhos. Pra que num dia eu pense que todos vivem, pelo menos num albergue de uma estrela.
Me aguardem. Voltei. Jorge Lima